CARCINOMA DA HIPOFARINGE
Classificação TNM
UICC -AJC, revisão 1997
Anatomia
sítios anatômicos:
seios piriformes (recessos laterais)
área retrocricoaritenóidea ( pós-cricóide)
parede posterior (área pré-vertebral)
1. junção faringo-esofageana (área pós-cricóide): estende-se desde o nível das cartilagens aritenóides e pregas de conexão até o bordo inferior da cartilagem cricóide.
2.seio piriforme: estende-se da dobra faringo-epiglótica até o limite superior do esôfago. Ele é delimitado lateralmente pela cartilagem tireóide e medialmente pela superfície hipofaríngea da dobra ariepiglótica e pelas cartilagens aritenóide e cricóide
3.parede posterior: estende-se desde o nivel do assoalho da valécula até o nível inferior da cartilagem cricóide
T - Tumor primário
Tx - Tumor não pode ser avaliado
T0 - Não há evidência de tumor primário
Tis - Carcinoma in situ
T1 - Tumor limitado a um subsítio da hipofaringe e menor que 2cm no seu maior diâmetro
T2 - Tumor invade mais de um subsítio da hipofaringe ou sítio adjacente ou mede mais que 2cm no seu maior diâmetro, sem fixação da hemilaringe
T3 - Tumor medindo mais que 4cm no seu maior diâmetro, ou com fixação da hemilaringe
T4 - Tumor invade estruturas adjacentes, por exemplo, cartilagem tireóide/cricóide, artéria carótida, tecidos mole do pescoço, músculo/fascia pré-vertebral, tireóide, e/ou esôfago.
N - Linfonodos regionais
N0 - ausência de linfonodo clinicamente metastático
N1 - LN < 3cm, único
N2a - LN, único ipsilateral, entre 3 e 6cm
N2b - LN, múltiplos ipsilaterais, menores do que 6cm
N2c - LN contralaterais ou bilaterais, menores do que 6 cm
N3 - LN > 6cm
M - Metástase à distância
M0 - ausência de metástase à distância
M1 - presença de metástase à distância
Estadiamento clínico
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Estádio I |
T1 |
N0 |
M0 |
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Estádio II |
T2 |
N0 |
M0 |
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Estádio III |
T3 |
N0 |
M0 |
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T1 |
N1 |
M0 |
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T2 |
N1 |
M0 |
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T3 |
N1 |
M0 |
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Estádio IVA |
T4 |
N0 |
M0 |
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T4 |
N1 |
M0 |
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Qualquer T |
N2 |
M0 |
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Estádio IVB |
Qualquer T |
N3 |
M0 |
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Estádio IVC |
Qualquer T |
Qualquer N |
M1 |
Cuidados pré-tratamento
avaliação odontológica, quando necessário avulsões dentárias
suporte nutricional adequado: se perda ponderal > 10% passagem de SNG no ambulatório
Tratamento
Parede posterior
T1 e T2 = resseção da lesão + reconstrução com enxerto livre
T3 e T4 = faringolaringectomia + esvaziamento cervical bilateral
Seio piriforme
T1 e T2 = faringolaringectomia parcial + esvaziamento jugular unilateral
T3 e T4 = faringolaringectomia + esvaziamento cervical completo ipsilateral e jugular contralateral
quando houver envolvimento da boca do esôfago - faringolaringectomia circular com reconstrução com retalho (miocutâneo, Bakamjian) e quando houver evidência de propagação submucosa para o esôfago, FL + esofagectomia com transposição do estômago (gastric pull up).
Tireoidectomia
lobectomia ipsilateral em tumores do seio piriforme
Associação terapêutica
Radioterapia pós-operatória é indicada nos seguintes casos:
1- O esvaziamento cervical revelar linfonodo metastático.
2- Quando o exame anátomo-patológico revelar margens comprometidas
3- Para lesões T4 que o exame histológico revelar invasão vascular, linfática e/ou perineural.
Reabilitação
Fonoterapia
Seguimento
Retornos ambulatoriais mensais nos primeiros 6 meses pós tratamento; bimestral, do 6o. mes até o segundo ano; trimestral no terceiro ano; quadrimestral até o 5o. ano e após de 6 em 6 meses. Anualmente, solicitar radiografia de tórax.